quarta-feira, 24 de março de 2010

Teorias, especulações e pensamentos...

Desamor justificado pelo Amor Incondicional


“..Parei de pensar
E comecei a sentir
Nada como um dia após dia
Uma noite, um mês
Os velhos olhos vermelhos voltaram
De vez...”


Caros leitores, primeiramente, antes de começar a explorar meus pensamentos e conceitos a respeito do amor em si, eu gostaria de dar alguns avisos.
Como sempre fui considerada a garota “do contra” e quando começo a conversar sobre assuntos mais profundos, sempre dizem: “nossa, essa menina é estranha, né?”.
Já adianto que, se você tem idéias pré-concebidas e/ou preconceituosas a respeito da relação de Deus com a sociedade, e tem consciência de que essas idéias são imutáveis, por favor, ñ continue a leitura, pois passará instantes de raiva e não irá querer mais ler esse humilde blog, que tem como objetivo apenas expor algumas idéias de uma jovem garota, em fase de aprendizado sobre a vida e aspirante a jornalista.
Já para você que decidiu continuar a ler, boa confusão!!! Hihi...
Bom, primeiro choque: considero que não existe alma gêmea, tampa da panela, metade da laranja e afins. Calma, não sou uma alma cruel, insensível e sem coração. Simplesmente considero que...
Segundo choque: também considero que Deus é capaz de amar a todos os seres humanos de igual maneira, como um pai ama da mesma forma um filho assassino e um filho doutor. Fato. Já que somos a imagem e semelhança de Deus, também somos capazes de amar uns aos outros de maneira igual e como a nós mesmos.
Então te pergunto, caro leitor: Como amar apenas uma pessoa e achar que ela é a razão de nossa existência?
Bom, explico, ainda tem o 3º choque: acredito em reencarnação.
Deus, em seu infindável amor, nos concede a graça de podermos aprender, pois quando viemos à terra, nos esquecemos do que realmente somos e que aqui, é apenas um intercâmbio para aprendermos a amar, perdoar e lidar com nossas emoções e irmãos.
Tente se lembrar do seu primeiro amor da infância. Parecia que seria eterno, que viveriam felizes para sempre, mas o destino, na maioria dos casos, acabou lhe separando desse amor e restou apenas uma lembrança doce dessa época.
E seu segundo amor, o da adolescência? Provavelmente, aconteceu o mesmo do primeiro. E você, que acabou se casando, você ficou muitos anos feliz, mas o fim pareceu inevitável, sofreu, chorou, mas sempre será capaz de amar novamente, de encontrar um “novo amor”, esquecendo-se de todo o sofrimento outrora vivido. A história se repetirá, de novo, de novo e de novo... Simplesmente porque somos capazes de amar a todos, e a cada um de uma forma especial e diferente, mas na mesma medida, incondicionalmente, como a nós mesmos, apenas ainda não temos consciência disso e por esse motivo, não vivemos nossos amores plenamente.
E quando na escola odiamos aquele garoto que vive nos importunando e inventando apelidos, na verdade o que sentimos é amor, pois se não sentíssemos, se não o considerássemos como a nós mesmos, nem ligaríamos para as provocações sofridas. E esse mesmo garoto que o provoca na escola, por que faz isso? Novamente por amor. Ele percebe incondicionalmente que também te ama, com seus defeitos e qualidades, mas percebe também que a sociedade não aceita esse sentimento. Então, como ser humano que é, tenta camuflar as sensações para defender seus sentimentos aos olhares dos demais.
Esses são apenas pequenos exemplos dessa teoria maluca que criei juntando observações que fiz desde a vida uterina.
Amor, sublime amor. Tão complicado para os que tentam explicar, pois ainda não conseguimos entender a simplicidade de Deus.
Portanto, quando nos achamos volúveis, por sermos capazes de amar mais de um homem, ou uma mulher, ou quando também nos sentimos volúveis por estarmos sozinhos e sentirmos a necessidade de sermos amados. Lembre-se: toda e qualquer forma de amor é válida e compreendida, pois se trata sempre, simplesmente de AMOR, da busca pelo amor que ainda não tivemos a consciência de que está em todas as partes.
Resumindo: Pessoas são pessoas.

terça-feira, 2 de março de 2010

Entrevista: “A dança é apenas hobby, não tem como pensar em ganhar dinheiro”




Artistas da periferia têm dificuldades em conseguir patrocínio ou apoio do governo

O break, um dos quatro elementos básicos do hip hop, tem menor difusão que outros elementos como o rap, ou o graffiti (ou grafite), mas é tão importante quanto, todos os elementos fazem parte de um só movimento de arte e cultura entre os jovens da periferia de São Paulo e do mundo.
André dos Santos, 21, trabalha como banhista em pet shop por opção. Começou a dançar break aos 11 anos de idade e vê a dança como um refúgio da violência e das drogas. Pretende estudar ecologia ou meio ambiente para tentar salvar o planeta do ser humano que a cada dia o consome mais. Em entrevista a Na Real explica o que é o break, suas concepções sobre a vida e sua não relação com as drogas.

Na Real- Quando e como você começou a dançar?
André- Comecei com um amigo, a gente andava de skate na época, eu tinha uns 11 anos. Ele acabou se mudando para outro bairro (Leme), lá que começou o break no Taboão da Serra-SP. Ele dizia que lá tinha uns moleques que dançavam e depois começou a me passar o que aprendia mesmo sem saber realmente dançar, abríamos a lona e treinávamos. Ele trazia fitas de vídeo cassete para assistirmos e imitarmos os movimentos dos americanos.

Você tem algum tipo de apoio, patrocínio ou professores?
Não. Para você conseguir um espaço para dançar, um chão liso, é muito difícil, ainda mais na minha época. Quase não existem professores, se você quiser aprender, tem que ser na rua, além disso, você nunca vai a prender a ser B. Boy profissional com professor, tudo vai depender de você, a única coisa que o professor pode te passar, são os fundamentos, só o básico.


E a família, apóia você?
Bom, minha mãe nunca foi do contra, mas também nunca arrumou um chão liso para eu dançar. Meu irmão chegou a dançar um pouco, mas parou, Tentei incentivar meu sobrinho, mas ele também parou. É difícil você aprender e pegar gosto mesmo, muita gente começa, pega gosto, treina, mas acaba desistindo por achar difícil ou perder o interesse.

Existem pessoas que dançam como profissão, ou é apenas um hobby?
Não, a dança é apenas hobby, não tem como pensar em ganhar dinheiro. Viver da dança é muito difícil, é complicado demais.

Onde você treina?
No CEU Campo Limpo, em uma escola no Embu das Artes, no projeto Escola da família e todo primeiro domingo do mês, há reuniões de B. Boys na galeria Olido, no centro de São Paulo.

Você já deu aulas de dança?
Não, só treino. Prefiro conseguir um espaço para treinar. É difícil você começar a dar aula, se esforçar e depois o aluno desistir.

Você tem um grupo de dança?
Não. Eu até tinha um “crew” (grupo), mas estava dando muita briga, resolvi desistir e continuar sozinho mesmo. Treino com um amigo só e, às vezes, no CEU, aparecem outras pessoas, de outros “crew”.

Você tem algum ídolo?
Sempre tem um profissional ou outro que a gente se inspira. Ultimamente, o movimento está mais ativo na Coréia, E. U. A, e na França. Exemplos de dançarinos perfeitos são: na Coréia têm o Fisics, nos E. U. A., o Omar e na França, o Ismael.


Você se considera bom?
(Risos) É, eu treino há muito tempo, sei que tenho presença de roda, posso entrar e sair sem receio, acho que eu vou bem.


Você tem outros projetos?
Ah, eu treinava meus pitbulls para competições, salto em distância, tração, mas parei há algum tempo. No hip hop, só danço. Já cheguei a fazer alguns graffitis, mas não continuei. Hoje em dia está tudo muito fechado, antes os quatro elementos andavam juntos. Agora é difícil haver um evento, de Mcs, por exemplo, que tenha B.boy presentes.

Você se apresenta ou só treina?
No momento, não estou fazendo nenhum tipo de apresentação porque estou sem “crew”, mas antes eu fazia, hoje está mais difícil. Apresentações exigem muita responsabilidade, tenho que me preocupar comigo, com a “crew”, com trabalho.

Qual sua visão sobre a cultura hip hop, os quatro elementos?
Algumas pessoas dizem que são cinco. Hoje em dia tem muita merda na mídia, muitos moleques começam a dançar e nem sabem o que é break, só estudando mesmo para saber. Sempre tem treta entre B. Boy e Mc, por exemplo. Os caras querem cantar e não dão espaço para a dança.

O que é Break para você?
É uma dança de rua que hoje em dia é usada mais para competições, os B. Boys criam as “crew” e treinam. Quando querem tentar ganhar um dinheiro, tem “crew” que foca mais em apresentações, só q a maioria participa de campeonatos mesmo.

E quais são os movimentos básicos?
A dança mesmo tem três fundamentos, que são: top rocking, foot work e freeze. O top rocking teve origem com o James Brown, no Bronx, por volta de 1970, e foi o primeiro passo mesmo. No Brooklin, foi criado o up rocking, que era for rock (simulando uma briga), porque o top rocking começou a ser usado como forma de provocação entre gangues que antes brigavam, depois só dançavam simulando brigas. Novamente no Bronx, os artistas perceberam que o up rocking começou a chamar mais atenção que o top rocking, então, desceram o top rocking para o chão, criando assim, o foot work. A junção destes três elementos de dança forma o break de hoje, juntamente com o freeze (congelar movimentos), um tipo de finalização e os movimentos de giro. O break tem o intuito de tirar as pessoas da marginalidade e trazer para a dança.

Já teve contato com drogas? E os outros B. Boys?
Nunca usei. De todas as pessoas que dançam que conheço, nenhuma usa. Já os meus amigos de escola que optaram por outros caminhos, a maioria, que eu saiba fuma ou usa maconha. Quando treino, não tenho nem tempo para pensar nessas coisas, só quero saber de ficar cada vez melhor, é um vício saudável, me sinto bem e sei que faz bem para mim, sei que não estou ganhando dinheiro, mas também não estou fazendo mal para mim e nem para ninguém. Drogas só atrapalham o rendimento nos treinos, nem bebo mais. Sei que a dança ajudou a não entrar nesse caminho das drogas.

Você pretende estudar? Quais são seus planos para o futuro?
Bom, acho que se eu alcançar uma boa posição no meu trabalho, fazendo um curso de tosador, nem precisarei estudar, mas penso em fazer faculdade de gestão ambiental ou ecologia, porque meio ambiente e aquecimento global são assuntos que me interessam muito e vejo pouco interesse da população, mas infelizmente, o mercado de trabalho desta área é muito pequeno. Desde a revolução industrial, o ser humano usa descontroladamente os meios de combustível fóssil e a população cresce de forma extremamente acelerada sem pensar no mundo em que vive, apenas esgotando nossos recursos naturais. O Sub-sistema (economia) cresce de forma descompassada, enquanto o sistema (Planeta Terra) não consegue acompanhar esse sub sistema, pois não se desenvolve com a mesma velocidade que a ganância humana.

Hip hop é alternativa de lazer e aprendizado para o jovem da periferia




O hip hop é uma das mais populares formas de expressar a cultura dos jovens da periferia no mundo inteiro. No Brasil, foi difundido por volta da década de 1980. Possui quatro elementos básicos distintos, que pregam a não violência e o não uso de drogas.

Cabelos black power, dread. Negros, mulatos, brancos. Calor humano. Alegria. Amizade. Paz. Estas palavras expressam a primeira impressão de quem participa pela primeira vez de um evento de hip hop em São Paulo, como o “Hip Hop Dj 2009”, realizado em todas as quartas-feiras de outubro e que terá a final no dia 8 de novembro, as eliminatórias tem uma média de público de 280 pessoas, o que mostra grande interesse da população. O evento representa os DJs de hip hop do país há 12 anos e está sendo realizado na Galeria Olido, no centro de São Paulo. "Ocupar a galeria tem muito a ver com valorizar a revitalização do centro da cidade. Ficamos felizes, ainda mais porque a final do evento (no dia 8 de novembro), será no mês da Consciência Negra", relata Dj Big Edy, um dos organizadores do campeonato. O vencedor levará para casa um par de toca-discos Technics e um fone de ouvido, além de ganhar passaparte para a final do DMC Brasil 2010.
O segundo lugar levará um Mixer e um fone de ouvido e o terceiro lugar levará apenas um fone de ouvido.
O evento este ano foi pautado por diversas mídias, como: Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, TV Brasil, blogs e sites. “Há uma negociação com a MTV para cobrir a final do campeonato, mas nada confirmado ainda”.
revela El.
A cultura hip hop, é uma filosofia de vida e cresce a cada dia no país, e não só por modismo, mas por razões sociais, como um grito de socorro da população da periferia que sempre sofreu preconceito. Dj Preto El, organizador do evento Hip Hop Dj 2009 diz que sofreu preconceito por gostar de hip hop inúmeras vezes e esse preconceito começou ainda na escola, praticado justamente pela diretora, que tem como papel orientar os alunos.
Elton Aparecido de Oliveira, 31, mais conhecido como Dj Preto El, é produtor cultural e organizador de vários eventos de hip hop como o 4/4 Batidas e Scratches e o próprio Hip Hop Dj 2009, que organizou juntamente com Dj Big Edy e Dj Zulu.
De acordo com El, o “Hip Hop Dj”, foi por 11 anos o único campeonato de Djs do Brasil, mas hoje já existem outros, como o DMC Brasil(cuja final será realizada em Londres), 4/4 Batidas e Scratches, Confronto DJs, e para o ano que vem está chegando mais um campeonato internacional chamado IDA (International DJs Association). “Eu julgo estes eventos como uma grande perspectiva para quem é, normalmente, oriundo de periferia e, o que cotidianamente tem à disposição são o crime e as drogas”, conclui El.
El, também fala sobre as perspectivas dos Djs em viver da música: “Esse é o sonho de consumo de quem trabalha com música em geral. Poder viver da arte. Mas não é o que acontece normalmente. Temos diversas dificuldades, e uma delas é que precisamos trabalhar com outras coisas para mantermos essa arte em movimento. Até mesmo quem já está inserido na noite (DJs que tocam em casas noturnas) passam por seus apertos, muitos sonham em ter equipamentos para treinar, pois em muitos casos, boa parte não tem o mínimo para poder desenvolver as técnicas.”. El também diz que a maioria dos Djs vêm de comunidades carentes espalhadas pelo Brasil.
Mulheres também participam do movimento hip hop e competem nos quatro elementos. Como é o caso da Dj Lisa Bueno, finalista do Hip Hop Dj 2008, iniciou sua carreira aos 13 anos e hoje é a maior revelação feminina do turnbalism (arte de riscar e criar batidas nos toca-discos). Sobre mulheres atuantes, Lisa diz: "No começo eu ficava nervosa, era sempre a única moça. Tive que ser muito corajosa", hoje comemora a entrada de mais uma mulher nos campeonatos (Dj Simone).



“Nossas lanças se tornaram microfones; nossos escudos toca discos. Nossa capoeira fundiu-se na expressão do break; as pinturas que retratavam os feitos históricos de nossos ancestrais, agora são representadas pelo grafitti,e o grito de resistência do nosso povo negro hoje emana das vozes dos rappers(...)” Essa frase dita pelo Dj TR, traduz com perfeição o real significado da cultura hip hop, que não é apenas uma forma de lazer, mas sim filosofia de vida.
O hip hop possui quatro elementos básicos distintos, que são o dj, o rap, o break e o graffiti (ou grafite). Cada um desses elementos teve uma origem diferente e são formas de expressão diferentes, que tanto unificados quanto independentes, fazem parte do mesmo conjunto.
O site www.movimentoenraizados.com.br, que tem como projeto conscientizar o jovem brasileiro, diminuindo assim as desigualdades sociais, explica o que são os quatro elementos:
O Dj é a parte tocada, é ele quem comanda as batidas e dá ritmo à letra. É o artista responsável pela mixagem, ato de tocar duas músicas ao mesmo tempo igualando seus BPMs (batidas por minuto). Os instrumentos básicos de um DJ são: Pick-ups (toca-discos) e mixer.
O Rap (rhythm and poetry) é o elemento que compõe a música é a parte cantada ou falada onde os rappers “expressam” suas indignações, amores e ódios.
O Break (quebra) é a dança, a expressão corporal dos B. Boys (dançarinos). Desempenhou outra função social muito importante que foi a de amenizar as brigas entre gangues, substituindo-as por disputas através de “desafios ou rachas” em rodas de break, com coreografias acrobáticas e estilizadas. Levou este nome pelos movimentos de “quebrar” e por representar uma ruptura cultural com o sistem opressor pós Segundo Guerra Mundial.
O Graffiti começou com os escritores de hip hop, e ganhou destaque na década de 1970 nos bairros pobres de Nova Iorque quando garotos rabiscavam seus nomes nas paredes fazendo "tags" (assinatura dos grafiteiros). É a expressão através de pinturas e desenhos, levando o hip hop às classes sociais mais altas, através de exposições em galerias de arte, ultimamente muito freqüentes. Tem influência latina e seus maiores graffiteiros vieram de países como Colômbia, Porto Rico, Bolívia e Costa Rica. O graffiti é o único componente do hip hop que é proibido por lei.
Algumas pessoas ou grupos alegam que o hip hop possui mais de quatro elementos, como os membros da “Zulu Nation Brasil”, que prega o hip hop com 5 elementos, além dos quatro já conhecidos um quinto, que seria o conhecimento à cultura, a consciência. O membro zulu tem uma lista de 19 deveres que devem ser seguidos, como por exemplo, os chefes devem ser respeitados, todos devem participar das reuniões e todos devem buscar conhecimento e elevação para darem condições à "selva" do mundo.
Os nomes mais importantes da cultura hip hop no Brasil são King Nino Brown, presidente da Zulu Nation Brasil e Nelson Triunfo, considerado pai do hip hop no Brasil.

Lan Houses: A febre do momento


Como uma das únicas formas de entretenimento na periferia, lan houses se tornam “points” de encontro dos jovens


O uso internet se torna cada vez mais frequente nas periferias do Brasil e ainda mais em São Paulo. O que antes era privilégio das pessoas de poder aquisitivo mais alto, hoje é difundido para todos, graças ao surgimento e crescimento das lan houses (estabelecimentos que vendem o uso da internet).
As lan houses diminuem a distância entre os jovens da periferia e os jovens de classe média. “Nas lan houses os jovens veem não só uma forma de entretenimento, mas também uma maneira de se mostrar para o mundo e também de ver o mundo. É um modo de participar desse processo global e hegemônico como pode, com os meios que lhe são disponíveis,” afirma João Daniel Donadeli, criador do documentário Periferia.com, que trata desse assunto.
A internet é uma das únicas formas de entretenimento dos jovens da periferia, que utilizam sites como Orkut, Youtube e Messenger. Também proporciona contato com outras culturas, acesso a sites de emprego e serviços como atestado de antecedentes criminais e solicitação de CPF.
Segundo o Comitê Gestor de Internet no Brasil, as lan houses respondem por cerca de 49% dos acessos à internet no País.
O único problema desta nova variedade de conhecimento e cultura é a existência de grande informalidade no setor, agravada pela criação de cadastro dos usuários e a cobrança de ISS e taxa de licenciamento para abrir este tipo de negócio. O representante da Associação Brasileira dos Centros de Inclusão Digital, Rafael Maurício da Costa enfatiza: “Se tivéssemos leis que tratassem as lan houses a partir de seu potencial inclusivo, não teríamos 83% delas na ilegalidade”. Fato que se torna mais nítido ao decorrer dos anos, mostrando impossível ser ignorado pelo governo.
Existem também iniciativas gratuitas de acesso a internet, como a da prefeitura de São Paulo, que criou o Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, no bairro Vila Nova Cachoeirinha, que disponibiliza cursos básicos de como acessar e-mail e mandar curricullum on line, além de ter outras atividades culturais. “Alguns jovens chegam sem saber nem o que é mouse, e saem mandando e-mails e mandando “scraps” no Orkut, outros já sabem acessar e vem apenas porque é gratuito, ainda bem que aqui, os sites de relacionamentos são liberados”, explica Marcos Silva, professor voluntário dos cursos de inclusão digital. Marina Souza, freqüentadora assídua do centro cultural também diz: Este espaço é maravilhoso, uso para fazer trabalhos da faculdade e ainda sobra tempo para conversar no Orkut. Se o centro não existisse, não sei o que faria, pois não tenho computador em casa e sou bolsista na faculdade, pelo escola da família, não tenho dinheiro para pagar lan house todo dia”.
Existe também, o programa “Acessa São Paulo” do governo do Estado de São Paulo, que, segundo o próprio programa, em oito anos de funcionamento tem 509 postos de acesso em SP e já teve 41,35 milhões de atendimentos.
Os jovens da periferia driblam o preconceito e se mostram também capazes e merecedores de um espaço no mundo globalizado.

As teorias do jornalismo no processo de construção das notícias

Pequena análise que fiz sobre algumas teorias do Jornalismo, achei q valia a pena postar...




Introdução
As teorias do jornalismo fazem parte do processo de construção da notícia, elas servem para tentarmos entender, concordando com elas ou não, qual o verdadeiro papel das notícias, seus conceitos e objetivos e como elas chegam até nós tanto no seu aspecto técnico como ético.
Nesse texto, pretendemos analisar duas teorias do jornalismo, embasadas no livro “Teoria do Jornalismo”, de Felipe Pena: Teoria do espelho e Teoria do Gatekeeper. Com essa análise, levar o leitor a refletir e questionar a tão polêmica teoria do espelho, compreendendo que a isenção do sujeito (repórter) na redação de um texto jornalístico, não é possível.
O conceito errôneo da teoria do espelho é de que o jornalismo tem que refletir a realidade, ou seja, as notícias são do jeito que a conhecemos porque a realidade assim as determina. Segundo Felipe Pena, “A imprensa funciona como um espelho do real, apresentando um reflexo claro dos acontecimentos do cotidiano. Por essa teoria, o jornalista é um mediador desinteressado, cuja missão é observar a realidade e emitir um relato equilibrado e honesto sobre suas observações, com o cuidado de não apresentar opiniões pessoais.” (PENA, 2005, P. 125).
Já a teoria do Gatekeeper, revoga essa idéia, como explica Felipe Pena sobre a teoria do gatekeeper: “O conceito refere-se à pessoa que tem o poder de decidir se deixa passar a informação ou se a bloqueia. Ou seja, diante de um grande número de acontecimentos, só viram notícia aqueles que passam por uma cancela ou portão (gate em inglês). E quem decide isso é uma espécie de porteiro ou selecionador (o gatekeeper), que é o próprio jornalista.”
Diante dessas teorias analisamos a matéria “Você tem fome de que?” retirado da revista “Na Real”, em que contextualizamos a realidade com a falsa idéia de objetividade no jornalismo.

Referência
PENA, F. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005.




Texto para análise

Você tem fome de quê?
As perspectivas para o futuro dos jovens da periferia


“A gente não quer só comida, a gente quer comida diversão e arte” já falava a canção dos Titãs em 1987. Hoje, 22 anos se passaram e as necessidades dos jovens da periferia de São Paulo são as mesmas. Segundo dados da Fundação Seade: 65% da população entre 15 e 19 anos mora na periferia, onde faltam os mais diversos serviços públicos como: educação, cultura, lazer, empregos, esportes entre outros.
Mas como vivem esses jovens? O que pensam? Quais suas perspectivas para o futuro? Seus desejos e sonhos? As histórias que veremos agora são de jovens que sabem que as dificuldades para conseguir realizar seus objetivos são difíceis, mas lutam para que possam vencer seus maiores desafios e um dia obter o sucesso almejado.
“Hoje em dia o que mais importa para se conseguir um emprego é o Q.I (quem indica)”, desabafa Everton Costa Ferreira, de 26 anos, que mora no bairro Vila Nova Cachoeirinha. Everton está desempregado há cinco meses, para ele, emprego está cada dia mais difícil, “Estou procurando até na área de telemarketing, mesmo tendo experiência como segurança”.
As declarações de Everton fazem sentido, pois de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), a taxa de desemprego juvenil em vários bairros da periferia chega a 70% - a média para todas as idades gira em torno de 16%. Apenas na cidade são cerca de 500 mil pessoas desempregadas entre 15 e 24 anos, o suficiente para lotar aproximadamente oito estádios do Morumbi. A maioria desses jovens não estuda nem trabalha.
Perguntado sobre a possibilidade de fazer uma faculdade, Everton diz: “Faculdade não é meu forte, nunca fui de estudar, meu sonho é ter minha própria empresa, hoje em dia isso dá mais futuro que uma faculdade”. Everton mora sozinho numa casa alugada e está recebendo as parcelas de seu seguro desemprego. “Quando esse dinheiro acabar, não sei o que vou fazer”, desabafa.
“Não tenho mais expectativas”, conta a jovem Aline Lacerda de 20 anos, que mora no bairro do Jardim Penteado, como muito de seus amigos Aline estuda á noite para trabalhar de dia, mas no momento esta desempregada, “É muito difícil arrumar um emprego sem experiência”, desabafa a jovem que está do 3º ano do ensino médio. Questionada sobre qual seria seu maior sonho a jovem confessa: “Ser rica, para poder gastar muito”, (risos). O sonho de Aline está bem distante de ser tornar realidade, de acordo com Márcio Pochmann economista da Unicamp e diretor do Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), a desigualdade social entre os jovens está cada vez maior segundo o economista no Brasil hoje temos 37 milhões de jovens na faixa etária de 16 a 24 anos. A metade desses jovens não estuda. A outra metade que estuda está fora da série. Isso distancia mais ainda o jovem da periferia de fazer uma faculdade, pois o tempo que seria de estudo acaba se tornando exclusivamente para o trabalho.
Um Oasis da cultura
Localizado na Vila Nova Cachoeirinha, o Centro Cultural da Juventude está posicionado em um ponto estratégico, fica próximo a bairros como Brasilândia e Jardim Paulistano. Destaca-se também pela sua diversidade e qualidade de programação. O projeto foi criado em 2006 e é uma iniciativa da prefeitura, tendo como referência o já consagrado Centro Cultural Vergueiro, porém mais voltado para o público jovem. De acordo com Bruno Pastore, um dos monitores do centro cultural, a programação muda a cada mês. “Nossa programação básica é composta por teatro, cinema, shows, palestras, mas varia de acordo com o mês. Em novembro, por exemplo, a programação será feita só por nós, monitores”.
O prédio tem 8.000 metros quadrados, o ambiente é arejado e conta ainda com biblioteca, anfiteatro, teatro de arena, sala de projetos, internet livre, laboratório de idiomas, laboratório de pesquisas, estúdio para gravações musicais, ilhas de edição de vídeo e de áudio, ateliê de artes plásticas, sala de oficinas e galeria para exposições, além de uma área de convivência que os usuários podem usar para estudos ou apenas lazer. “Os usuários ainda podem usar as salas de oficinas para ensaios de teatro ou reuniões, agendando previamente. O espaço está aberto para toda a população”, destaca Bruno.
O estudante Jean Lucas, de 17anos, é um freqüentador assíduo do espaço, ele participa do curso de teatro e artes plásticas. O jovem vai ao CCJ pelo menos três vezes por semana. “As atividades ocupam muito tempo, para nós, que não temos muito que fazer por aqui, isso é muito bom”. Morador do Jardim Paulistano, o jovem também participa do projeto “Bandeirantes” o qual fornece noções de cidadania e encaminha jovens para o primeiro emprego.
Marília Pereira Lima, 20 anos, está desempregada, a jovem que já trabalhou como babá, balconista e até de faxineira pretende ocupar o tempo livre com algum curso, está na dúvida se faz teatro ou violão. Marília mora com sua mãe, e doze irmãos, todos menores que ela. “Lá em casa só quem trabalha e minha mãe, eu ajudo quando faço uns “bicos”, mas não é sempre que consigo”. O futuro profissional da jovem ainda é incerto, mas seu grande sonho é ter seu próprio negocio. “Meu sonho mesmo é ser cabeleireira profissional, pretendo fazer um curso, só me falta o dinheiro”.
No CCJ também há histórias de jovens que passaram de usuários para funcionários, esse é o caso de Barbara Pino, 18 anos. A jovem, que é monitora da Biblioteca, já foi freqüentadora do espaço. “Eu fazia curso de teatro, artes plásticas, de tanto freqüentar o lugar fui convidada a trabalhar por aqui. Hoje trabalho no que eu gosto”.
Mesmo com ótima programação e oferecendo serviços aos jovens, o centro cultural ainda não atingiu seu público alvo: o jovem da periferia. Segundo Marília Jahnel, coordenadora de programação do CCJ, o espaço não é freqüentado só por jovens do local. “É normal aparecer gente de todos os bairros de São Paulo, às vezes até de outra cidade só para conferir alguma atividade”.
Em meio a tanta violência, desemprego, preconceito e descaso com o jovem da periferia, o CCJ Ruth Cardoso se destaca por ser umas das únicas alternativas de atividades culturais do local e acaba virando um “oasis” em meio a deserto de conhecimentos em que vive hoje o jovem da periferia.

Nicolli Oliveira e Francisco Lima.

Análise
No texto acima, os autores citam diversas fontes, apontam diversos questionamentos dos jovens da periferia e citam o centro cultural da juventude Ruth Cardoso.
De acordo com a teoria do espelho, as notícias refletem os fatos, são um espelho do real. Olhando genericamente, é verdade que os jornalistas buscam relatar os acontecimentos com maior objetividade e imparcialidade possível, apenas expondo os fatos para posterior análise do leitor. Porém, como um ser humano conseguiria contar uma história sem levar em conta suas experiências passadas, que formam seu raciocínio de hoje?
Desde o momento em que nascemos, passamos por diversas situações do cotidiano, com sanções e recompensas, que constroem nossa personalidade e influência nas nossas escolhas diárias. Todos os seres humanos são diferentes e cada um interpretará os fatos de forma diferente e o jornalista, ao redigir um texto, passará, mesmo que inconscientemente, a sua própria versão dos fatos. Já o leitor, ao ler a notícia, terá a sua interpretação da já elaborada interpretação do jornalista, criando assim, uma cadeia de suposições que contrariam a teoria do espelho e confirmam a teoria do gatekeeper, em que o jornalista filtra as informações que considera mais ou menos relevantes.
No texto “Você tem fome de que?” fica nítida a seleção de notícias e informações, como por exemplo, os autores entrevistaram dezoito fontes, porém falam apenas de dez. O critério de escolha das fontes que seriam utilizadas foi o que o repórter achou mais cabível ao conteúdo do texto e da mensagem a ser passada. A escolha do local a ser reportado, também foi livre, fruto de pesquisa e eliminação dos redatores.
Como a matéria “Você tem fome de que?” foi redigida para uma revista de ordem acadêmica em um grupo de duas pessoas, podemos concluir que não houve sanções organizacionais na escolha das fontes, nem do conteúdo do texto, reforçando assim a ideia de que os redatores escolheram livremente todos os aspectos do texto, contando apenas com suas experiências de vida como critério.
A teoria do gatekeeper pode não parecer atual, pois como temos grandes empresas de comunicação, outras teorias se sobressaem a essa, como a do newsmaking, como explica Felipe Pena: “Diante da imprevisibilidade dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção de notícias. É dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking”.
Outra teoria que também se sobressai a teoria do gatekeeper nos dias de hoje, é a teoria organizacional, Pena diz que o trabalho jornalístico é dependente dos meios utilizados pela organização e que o jornalismo é um negócio, busca o lucro, as receitas devem superar as despesas. Gaye Tuchman também aponta: “a empresa jornalística deve tornar possível reconhecer, na multiplicidade dos acontecimentos, aquele que será eleito como um acontecimento noticiável; elaborar formas de relatar os acontecimentos de modo que não tenha que dar, para cada um, tratamento idiossincrático; organizar o trabalho, no tempo e no espaço, para que os acontecimentos noticiáveis consigam convergir e serem trabalhados de um modo planificado” (Tuchman, 1983, p. 48). Pensando por esse ponto de vista, a teoria do gatekeeper, realmente parece desatualizada, mas se pensarmos em pequenas empresas sem fins lucrativos ou mesmo trabalhos acadêmicos, como este, ela se torna mais atual do que nunca, pois não há pressão de tempo de fechamento da redação, pressão de chefes, ou até mesmo “rotinização” do trabalho. A divisão dos serviços a serem executados é feita pelo próprio grupo no qual decide quais tarefas serão feitas primeiro.
A forma mais cabível de ser aplicada a teoria do espelho no jornalismo e mais próxima da realidade é analisando reportagens alternativas, com imagens de vídeo ou fotos (sem edição), sem texto ou fala, porque assim, cada indivíduo terá a sua própria visão e interpretação dos fatos, como se estivesse presente no local. Essa é uma alternativa de total isenção do jornalista, apenas apresentando os fatos.

Conclusão
O jornalismo vive em um processo de atualização contínuo, isso acarreta constante fluxo de notícias que são produzidas diariamente, o padrão de notícias muda constantemente, de acordo com a época e as necessidades da população. Como formadores de opinião, os jornalistas estão em processo contínuo de estudo sobre os mais variados assuntos. Seria interessante se os jornalistas aplicassem diariamente as teorias do jornalismo ao processo de produção dessas notícias e por que não até mesmo criar outras teorias novas. Ao leitor cabe a função de tirar suas próprias conclusões e formar sua opinião, sempre prestando atenção à possível manipulação que alguns veículos tentar fazer com suas mentes. É impossível saber exatamente o que acontece ou o que aconteceu nos bastidores de em acontecimento. O mais próximo que conseguiremos é relatar diversas opiniões sobre um mesmo assunto para tentarmos chegar a um senso comum.
Ao revogar a teoria do espelho, mostramos que a objetividade não acontece. Por mais que o autor narre os acontecimentos, ele nunca vai contar a realidade exatamente como aconteceu. É por essa razão que a objetividade no jornalismo foi e sempre será alvo de discussão entre os jornalistas, até renomados atuantes da área, como William Bonner, insistem em afirmar que há objetividade sim.
O ideal seria que o leitor ao ler uma reportagem seja imparcial, ou seja, ele deve procurar ler não apenas uma reportagem a respeito do mesmo fato, mas ter um senso crítico e pesquisar em outros veículos para ter uma visão mais ampla do mesmo fato ou acontecimento. Com essa atitude, podemos nos surpreender e alcançar opiniões completamente contrárias umas as outras. A partir daí ele formará um pensamento próprio, no qual a sua opinião prevalecerá e não a de um jornalista ou de um veículo. Assim, seremos seres humanos conscientes e menos alienados por conseqüência da sociedade consumo, que nos consome mais a cada dia.



Referências Bibliográficas
PENA, F. Teoria do Jornalismo. São Paulo: Contexto, 2005.
TUCHMAN, G. La producción de la noticia. Estudio sobre la construcción de la
realidad. Barcelona: Gustavo Gili, 1983.

Editorial da minha filha querida: "Na Real"


Chegamos, pessoal!
Os moradores da periferia enfrentam várias barreiras impostas pela sociedade de consumo, que a cada dia devora tanto as pessoas de classe média ou alta, quanto às pessoas de baixa renda.
Os jovens, normalmente são os mais afetados, pois a maioria já nasce com pensamentos do tipo: “a polícia mata”, “nasci pobre e morrerei pobre” ou “faculdade é coisa de playboy”. O que acreditam que realmente seja a verdade, pois são instruídos a esse tipo de pensamento nas escolas, em casa e em seu cotidiano. Já outros jovens também afetados pelos problemas da sociedade decidem fugir a regra, quebrando barreiras sociais e realizando seus mais íntimos sonhos.
A “Na Real” foi criada para instruir, divertir e esclarecer dúvidas dos jovens da periferia.
Tentaremos mostrar que tudo é possível se houver real interesse, sem pré-conceitos já estabelecidos por fatores externos (desemprego, falta de estímulo, falta de recursos financeiros) e até mesmo internos (imaginar-se incapaz, aceitar o destino estabelecido pela probabilidade).

As 4 paredes voltou!!!


segunda-feira, 1 de março de 2010

A cova dos Leões

A grande mídia ao apurar os fatos políticos, peca na falta de pesquisa. Esse fato é visto inúmeras vezes quando temos um assunto que é de muita repercussão ou de interesse de toda a população. Como o caso de Sarney e os atos secretos, fato que acabou tendo uma enorme repercussão na mídia, causando até censura contra o “Estadão”, proibindo o jornal de divulgar informações sobre a Operação Faktor, mais conhecida como Boi Barrica, onde o acusado é Fernando Sarney, filho de José Sarney.
Segundo Ricardo Kotscho no livro “A pratica da reportagem” lugar de repórter é na rua, e isso normalmente não é o que acontece. Há jornalistas que por falta de tempo ou mesmo acomodados pela facilidade de pesquisa existente hoje em dia (tomando como exemplo um amigo indispensável para os jornalistas: Google) se limitam a fazer cópias quase que fiéis de matérias de outros colegas. Também seria impossível haver boa informação redigindo um texto com base unicamente naquilo que apurou de uma única fonte ou de fontes envolvidas no assunto, como lembra Rudolfo Lago, editor especial da revista IstoÉ, “Isso resultará em um texto ingênuo e que provavelmente desinformará mais do que informará o leitor”.
A cobertura política perfeita seria, utopicamente, feita por um jornalista experiente, que deve acompanhar o noticiário de outros veículos de comunicação em tempo real, pois as notícias acontecem de forma rápida e surge um fato novo a todo o momento. Ele também deve ter um amplo repertório, conhecer a fundo a história do país e sua contextualização com os dias de hoje, ter noções de funcionamento do Congresso Nacional e toda a estrutura do funcionamento dos três poderes, fazendo entrevistas que sutilmente consiga obter informações pertinentes ao assunto abordado. Tais entrevistas devem ter como entrevistados, não apenas figuras políticas e indivíduos com ligação direta com o poder, mas também, pelos anônimos, pois muitas das informações mais importantes e de maior sigilo foram obtidas com pessoas que, a primeira vista, não tem relação alguma com o poder, como por exemplo, o padeiro da esquina do Congresso, as colhedoras de assinaturas, ou mesmo a faxineira, que presencia os fatos do dia a dia do Congresso. Como diz Ricardo Kotcho em “A aventura da reportagem”, “... é preciso dar voz aos sem voz”. Além de atender a estes requisitos, o repórter também tem a necessidade de pesquisar sobre o entrevistado, não só sobre sua atuação nos dias de hoje, mas principalmente, no caso de políticos, é preciso saber quem ele foi e quem é atualmente, fazendo a contextualização de todas as atividades exercidas tanto publicamente, quanto extra oficialmente.
Claro que este repórter dos sonhos de qualquer editor não existe (se você conhecer algum me avise, ok), pois nenhum ser humano, por melhor e mais qualificado que seja, conseguiria a proeza de fazer tantas coisas ao mesmo tempo e não enlouquecer no segundo dia de trabalho. O ideal, é que o jornalista tente mesclar todos os requisitos que foram citados, mas sabendo que é impossível sempre saber de tudo ou sempre ver tudo. No Brasil, temos muitos exemplos de jornalistas que foram bem sucedidos na cobertura do poder, como o já citado e, Ricardo Kotcho, jornalista desde 1964, já trabalhou em todos os principais veículos da imprensa brasileira, também foi correspondente internacional e ganhou quatro vezes o Prêmio Esso e hoje é repórter do “IG” e da revista “Brasileiros”. Ou a cientista política e comentarista Lucia Hippolito, que atua na rádio “CBN”, “UOLNews”, “GloboNews” é autora de vários livros, como “Política. Quem faz, quem manda e quem obedece”, Escrito em co-autoria com João Ubaldo Ribeiro.
A minissérie, quer dizer, o caso “Sarney, Família e os Atos Secretos”
”O PSDB protocolou três representações no Conselho de Ética do Senado contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). O partido pediu ao Conselho a abertura de processo disciplinar contra o senador com base em três acusações: a de que Sarney teria intercedido pela contratação do namorado de sua neta no Senado, por ato secreto; a de que teria participado de um esquema de desvio de dinheiro de patrocínio da Petrobrás pela Fundação José Sarney; e a de que teria interferido a favor de seu neto José Adriano Cordeiro Sarney, cuja empresa operava crédito consignado a servidores do Senado. Sarney foi acusado também de uma representação registrada pelo PSOL, sob acusação de ter responsabilidade pela edição de atos secretos, que foram usados para nomear parentes de senadores sem conhecimento público e sem concurso.” Agência Estado.
Isso foi o estopim para a guerra entre jornalistas X Sarney. A mídia começou tímida com a cobertura, mas depois atuou de forma feroz tentando desmascarar novamente políticos corruptos, contando com o apoio da população. Já os poucos políticos que eram a favor de Sarney, atacaram a cobertura da mídia, como disse nosso querido também ex-presidente Fernando Collor de Melo, “Parte da mídia desse país quer fazer engolir a cada um de nós essas empulhações cometidas contra o presidente Sarney. A mídia não irá conseguir consagrar o seu intento. A mídia não irá fazer com que essa Casa se agache", disse Collor.
Sarney, não contente com as acusações, também quis aumentar a polêmica a seu respeito, atacando a mídia com a mesma ferocidade da cobertura da imprensa sobre o caso, alegando sempre ser vítima de acusações impróprias que denigrem a imagem de sua família. Afirmou que a imprensa não tem limites para a sua atuação nem respeita a Constituição ao "devassar" a privacidade dos parlamentares. No discurso feito no plenário da “Casa” fez duras críticas à imprensa e ao que chamou de “campanha nazista” contra a sua permanência no cargo. O senador disse ainda que o jornal "O Estado de S. Paulo", "terceirizou sua redação e sua credibilidade". "Ele, O Estado de S. Paulo, vem se empenhando em uma campanha sistemática contra mim, uma prática nazista de acabar com as pessoas, denegrirem sua honra e dignidade até levar os judeus a uma câmara de gás. Esse tem sido o comportamento de 'O Estado de São Paulo'", afirmou. Para finalizar o discurso, também declarou: "Que os meus colegas reflitam sobre as suas responsabilidades. Não fica bem para nenhum de nós. Eu só vim falar à Casa por causa disso, senão são os meus filhos que deveriam responder. Tenho procurado ficar calado. Sabe Deus o que tenho sofrido. Mas não posso deixar de ver uma coisa dessas e ficar calado", afirmou.


Sarneyzinho X Estadão
Dias após as declarações, o empresário Fernando Sarney apresentou um recurso judicial a Dácio Vieira, desembargador do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), pedindo que o jornal “O Estado de São Paulo” e o “portal Estadão” fossem proibidos de publicar reportagens que contenham informações da Operação Faktor, mais conhecida como Boi Barrica. Os advogados do empresário afirmam que o Estado praticou crime ao publicar trechos das conversas telefônicas gravadas na operação com autorização judicial e alegaram que a divulgação de dados das investigações “fere a honra” da família Sarney.
O curioso, é que as conversas telefônicas tinham autorização judicial para serem publicadas e, caros leitores, pasmem!, Dácio Vieira faz parte do convívio social da família Sarney, foi revelada uma foto, tirada em 10 de junho, em que estão presentes: o desembargador Dácio Vieira; sua mulher Angela; a mulher de Agaciel, Sanzia; José Sarney; Agaciel Maia; e o senador Renan Calheiros, no casamento da filha de Agaciel. Agora, caros leitores, adivinhem quem desmascarou a união: o “Estadão” é claro. Devido aos fatos, fica claro que a honra da família Sarney, já está mais que ferida, e não apenas por causa do grande vilão da história (Estadão), mas a família, conta com outro grande bicho-papão, é a população, que a cada dia, fica mais consciente e exige respostas cabíveis aos escândalos.
O senador Sérgio Guerra, presidente do PSDB, mostrou sua indignação com a postura do presidente, dizendo, “o que o presidente Sarney deveria fazer é dar suas razões e se defender. O que ele não deveria é tentar censurar o Estado e o restante da imprensa. Isso vai prejudicá-lo ainda mais.”
Seu colega de partido Álvaro Dias (PR) avalia que o episódio deve intensificar ainda mais a pressão contra Sarney dentro do Senado. “Isso é deplorável. É um retrocesso imperdoável. São resquícios autoritários. Desta maneira, voltaremos aos tempos da publicação de versos de Camões”, disse, referindo-se ao período em que o Estado, sob censura da ditadura militar, publicava poemas de Camões ou uma receita no lugar das reportagens proibidas.
Para o petista Eduardo Suplicy (SP), a decisão da Justiça fere princípios constitucionais. “A Constituição assegura a liberdade de imprensa, sobretudo àqueles diálogos gravados com autorização judicial. É um direito da população ser informada pela imprensa sobre diálogos que ferem a ética”, disse.
O “Estadão” foi o jornal que mais fez matérias a respeito do caso Sarney e foi o primeiro a divulgar os telefonemas, com investimento forte em revelar tramóias, com seus jornalistas passando algum tempo com as fontes para obter cada vez mais e melhores informações, mas convenhamos, será mesmo que só o coronel Sarney é corrupto? A cobertura sobre o caso foi de exímia competência, porém como jornalistas, os funcionários do “Estadão”, poderiam sim, obter maiores informações durante as investigações e denunciar o máximo de raposas corruptas possível. Talvez, a exclusividade em pautar apenas esse caso, possa não ter sido apenas ocasional. Muitas vezes, em uma empresa de comunicação, a informação pode não ser prioridade em certas ocasiões, há um jogo de interesses envolvido, não ficou tão evidente a olhos nus, mas da próxima vez, quem sabe ficamos mais atentos e consigamos perceber algo no ar...
Mesmo com todas as acusações e represálias, o presidente Sarney, não pretende renunciar ao cargo e diz que irá até o fim.
Bom, se até seus colegas senadores percebem a dimensão dos acontecimentos, por que apenas Sarney insiste na ignorânciade continuar no senado? Falta de apoio da família talvez? Não. Apenas a certeza de que novamente, tudo acabará em pizza e que em pouco tempo todos esuqeceram do passado. Deu certo com seu amigo Collor, ex-presidente do país, porque não com Sarney, ex-presidente do país e atual presidente do senado?

Caça a emos cresce no Brasil


A emomania está com força total em nosso país, mas está perdendo cada vez mais espaço para o movimento contrário, a emofobia, que descrimina, humilha e até mesmo espanca os emos pelo simples fato de não gostar do jeito de se vestir e da emotividade dos garotos emos. "A presença deles simplesmente me incomoda", diz o baterista Rodrigo Galhano, da banda Emofóbicos, do Rio de Janeiro.
A sigla EMO é abreviação de Emotional HardCore, música com batidas pesadas, mas com letras romântico-depressivas. O movimento se fortificou no Brasil por volta de 2002. Os jovens resolveram expressar seus sentimentos não só no estilo de música, mas na maneira de se vestir, usando roupas pretas com detalhes cor-de-rosa, trajes listrados, franjas caídas sobre os olhos e também no jeito de conversar no Messenger, criaram uma nova escrita, o Miguxês (usando com freqüência a letra X dentro das palavras, sempre no diminutivo).
De acordo com Angelo Bernardt Bonini, dono do blog Emo Realmente, “a franja do emo desperta a rebeldia e a solidão”.
As principais bandas emos são Blink182, My Chemical Romance, NX Zero, Fresno, Simple Plan, Good Charlotte, Panic! At the Disco e Fall Out Boy.
A nova “tribo” despertou a ira de outros movimentos como punk, neonazista, metal e skatista.
O preconceito começou nos E. U. A., espalhou-se pelo México e Rússia, com uma onda de agressões muito fortes, e agora está com força total no Brasil. A maioria das sátiras e ofensas está na internet e na televisão.
Usando o Youtube, maior site de vídeos amadores do mundo, jovens de todo o mundo manifestam seu ódio contra os emos em vídeos como “Diário de um emo”, “The Emo Day”, “Emorto”, “Porrada no emo gay” e “A little day of an emo” em que mostram cenas de emos sendo espancados. O site que expressa maior repulsa contra os emos é o Desciclopédia, uma sátira do Wikkipédia.
No site Charges da Uol, há um vídeo chamado “Eu sou emo”, de Maurício Ricardo, que demonstra com humor um tipo de preconceito mais leve contra emos.
Na televisão, o programa Gordo FreakShow da MTV, apresentado por João Gordo, com freqüência chacota emos e homossexuais.
A revista Mad brasileira classifica os emos, de forma preconceituosa, como a nova classe de homossexuais.
O último ataque contra emos ocorreu em Santo André. Em frente ao Shopping ABC, um adolescente de 16 anos foi espancado por sete rapazes, apenas por “ser” emo. O rapaz acusa a tribo Carecas do ABC pelo ato violento.

Curiosidades sobre o mundo emo:
1- Muitos possuem tatuagens muito coloridas e de fogo.
2- São pessoas sensíveis.
3- Defendem causas humanitárias.
4- São pacíficos.
5- Não têm vergonha de se vestir diferente dos outros.
6- Alguns escrevem poemas, poesias e fazem músicas.
7- São contra qualquer tipo de preconceito.
8- Também usam acessórios de punks ou góticos.
9- Nem todo emo é bissexual ou homossexual.
10- Escrevem na linguagem do “miguxês” e “orkutês”.
11- Usam piercings.
12- Optam por comprar roupa em brechós.
13- Os emo boys costumam usar franja no olho e as emo girls costumam usar a franja para o lado.
14- Não costumam admitir que são emos porque ñ gostam de rótulos.
15- Frase em miguxês: “OI mIgUxXxAH...ki SAUdAdi!!!!! VAMuxXx prah bAlaDaH Hj??!?! (Tradução: Oi amiga, que saudade! Vamos para a balada hoje?)

Natação para bebês: risco ou benefício?


A natação para bebês está cada dia mais fazendo a cabeça das mamães do Brasil. Uma atividade divertida, mas que exige certos cuidados.


Desde a vida uterina o bebê convive no meio líquido, as atividades aquáticas ajudam a desenvolver os sentidos, a memória, noções de espaço, e a coordenação motora. A professora Gabriela Curi, da academia Wanda Bambirra, enfatiza que este tipo de atividade também proporciona ao bebê um sono mais tranqüilo, ajuda a prevenir doenças respiratórias e possibilita uma maior socialização com outras pessoas .
“A natação pode fortalecer a autoconfiança e aprimorar o equilíbrio em desenvolvimento”, diz o pediatra, Cássio da Cunha Ibiapina, presidente do comitê de pneumologia pediátrica da Sociedade Mineira de Pediatria.
Apesar dos inúmeros benefícios, ao nascer, o bebê ainda não tem seu sistema imunológico fortalecido e é sensível a infecções de ouvido. Se a água não for devidamente tratada pode agravar casos de rinite, bronquite e asma. Para evitar riscos os pediatras recomendam que os bebês estejam em dia com as vacinas, tenham a cabeça firme, e que seja feita uma avaliação com seu pediatra. Também é necessário verificar se o professor é capacitado e tem conhecimento em práticas de salvamento.
Há controvérsias sobre a idade ideal para começar a prática de atividades na água. Alguns pediatras dizem que pode ser a partir dos três meses e outros recomendam que espere até um ano.
A aula dura de 30 a 45 minutos e os custos variam de R$45,00 a R$ 85,00 de acordo com a academia escolhida.
Outra opção de atividade é o ofurô, que lembra o calor do útero materno e ajuda a aliviar cólicas intestinais, tão comuns entre bebês até três meses de vida. Pode ser feito em um balde com água entre 36 e 38 graus. Segundo o pediatra Carlos Eduardo Correa, o banho de ofurô não tem contra indicações e pode ser dado em be bês de todas as idades.

Cirurgia de Reconstituição de Órgãos Sexuais – Mais que estética, uma necessidade


Cada vez mais a cirurgia íntima está sendo divulgada nos meios de comunicação do Brasil. Mulheres e homens buscam a perfeição e recorrem à cirurgia íntima para obter seu bem-estar, corrigindo alguma disfunção erétil ou imperfeição genital. Porém os avanços nessa área da medicina vão muito além da estética, esse tipo de cirurgia é utilizado em vítimas de castração, malformação dos órgãos e até para a reconstituição de órgãos sexuais perdidos em acidentes agrícolas, por exemplo.
Há vários casos de crimes envolvendo algum tipo de mutilação dos órgãos genitais, como o pai que esfaqueou a vagina de sua filha, em Bom Jesus da Serra-PA, ao saber que ela estava namorando, os garotos de Altamira-PA que foram vítimas de rituais de magia negra e tiveram o pênis decepado em 1992 e a bebê de 10 meses que foi estuprada pelo padrinho e perdeu o útero.
Em todos esses casos as cirurgias foram extremamente delicadas e demoradas, mas todas foram bem sucedidas. Nos garotos de Altamira, que passaram parte da adolescência sem o pênis, a cirurgia foi efetuada por dois médicos, Lourival Barbalho, urologista, e Carlos Bragança, cirurgião plástico. Eles reconstruíram a bolsa escrotal e o pênis de cada um com enxerto retirado da coxa e próteses que os possibilitaram-nos serem pais um dia.
Há também os casos em que existe malformação do pênis e escroto ou que o paciente nasce com a bexiga fora do corpo. O Hospital São Paulo é pioneiro na América Latina em cirurgia e reconstrução de órgão genital masculino em crianças.
Já no caso de mulheres, a cirurgia é um pouco mais simples. Com tecnologia trazida de Portugal, a cirurgia corretiva normalmente está relacionada com os pequenos lábios, que se situam para fora da vagina, ou com sua grande dimensão, que pode interferir na atividade sexual e higiene da vagina. Nessas circunstâncias, é feita a cirurgia de labioplastia de redução dos pequenos lábios.
Mulheres que tiveram filhos de parto natural e tiveram que ser “rasgadas” na parte externa da vagina podem fazer uma perineoplastia, reconstituindo a área entre a vagina e o ânus, e as que tiveram alargamento do canal da vagina podem fazer uma vaginoplastia, através da cozedura dos músculos internos.
A tecnologia médica na área da cirurgia genital no Brasil é uma das mais avançadas. Mas, segundo o Jornal Cruzeiro do Vale-SC, se é preciso ser atendido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a espera é de aproximadamente dois anos, e só é feita nos pacientes nos quais o problema não é considerado estético.
Se o paciente optar por uma cirurgia particular, os gastos com o médico sai em torno de 2 mil reais, sem contar o hospital e o anestesista. Os profissionais que estão habilitados a executar a cirurgia em homens são urologistas juntamente com cirurgiões plásticos. E em mulheres são ginecologistas, cirurgiões das áreas gerais, plásticas, reconstrutivas e estéticas. Como toda cirurgia, a de órgãos genitais também necessita de exames prévios e oferece riscos.

1º Post


Olá pessoal!!! Criei esse blog, para postar as matérias que criei no meio acadêmico ou não, sobre diversos assuntos. Todo e qualquer comentário respeitoso, será muito bem aceito :]]. Conto com a colaboração de vocês para saber o nível de qualidade das matérias, ok???
Bjuz...