sexta-feira, 10 de junho de 2011

Mudança nas relações está maior a cada dia devido às redes sociais




As mídias sociais estão cada dia mais presentes na vida dos brasileiros, principalmente dos jovens. Isso está transformando o padrão de relacionamento entre as pessoas, e afeta também a forma de expor idéias e pensamentos. Estamos em uma fase de transição com padrões jamais vistos antes, a forma de relacionamento conhecida há 10 anos atrás está sendo substituída pelos encontros “on line”. Sentimentos que antes eram difíceis de serem expostos, hoje são postados no Orkut, Twitter ou Facebook com muita naturalidade. Como exemplo disso, amigos que se conhecem apenas “on line” já dizem se amar, coisa que pode ser realmente verdade, pois na internet não só sentimentos são mais expostos, como os pensamentos e divagações mais profundos da mente de quem “faz seu login”.

Quem antes não tinha voz, como por exemplo, os tímidos, hoje são populares na internet com milhões de seguidores no Twitter, como é o caso de Roberto Guimarães, 20, que se auto-intitula como sendo técnico em mecatrônica, músico, blogueiro e desocupado.

Roberto, ou melhor, @Rto.21, é um grande blogueiro e celebridade no Twitter, ele tem mais de 6000 seguidores! Diz participar de oito redes sociais e quando é perguntado sobre como era sua vida antes do mundo virtual diz: “Antes eu falava mais com pessoas reais, era afastado das pessoas que estavam longe e próximo das que estavam perto. Isso parece meio óbvio, mas as redes sociais acabam invertendo isso.”

Quanto à timidez, Roberto diz: “Devo ser mais popular na internet, por ser menos tímido lá e mais pessoas terem acesso aos meus pensamentos. Afinal, não posso sair gritando no meio da avenida Paulista, o que eu estou pensando. Bom, poder, eu até posso, mas seria bem estranho e provavelmente ia ter que me esclarecer em alguma base móvel da polícia. Enfim, é mais fácil twittar.

O MSN é o meio de comunicação virtual mais usado no Brasil e Roberto acha que o MSN serve para o bem, mas alerta: “uma fonte de comunicação gratuita entre pessoas não tem como ser ruim, mas você tem que saber a hora de trabalhar, estudar, viver e não ficar no só no MSN. É bom ter seus amigos mais íntimos conectados. Também é ótimo poder ter uma DR (discussão de relacionamento) jogando “FIFA” e sem nenhum rolo de macarrão voando na sua testa. Mesmo assim, não se pode criar uma dependência, virar um “antropofóbico”.

O músico Rodrigo Damaso Gomes, 23, utiliza as redes sociais para promover a sua banda. Rodrigo diz que esses novos recursos abrem portas e oportunidades e que se aliadas ao mundo real pode haver um benefício mútuo entre o real e o virtual.

Rodrigo explica essa fase de transição que as relações interpessoais estão passando. Ele afirma: “Eu acho que a mudança de significados que emprestamos às coisas que afetam nosso dia-a-dia está cada vez mais constante e rápida, isso por causa da internet. Estamos mesmo na era do fast-food e as pessoas são produtos hoje. Então, pode ser que chegue uma hora em que vamos dar um passo p/ trás, ver o panorama, e passar por um reajuste coletivo.”

Rodrigo tem certa razão. Segundo ele, a mudança no comportamento das pessoas não é mais gradativa, é quase instantânea. As novas gerações não conhecem mais relacionamentos que não estejam atrelados ao uso das redes sociais. Isso auxilia na aproximação das pessoas e quando não se mostra o rosto, quando o diálogo não é “cara a cara” todo sentimento é mais fácil de ser exposto.

As redes sociais chegaram mesmo para ficar. Existem hoje cerca de 190 milhões de usuários no Twitter e 65 milhões de “tweets” por dia. Já o Orkut, criado em 2006 tem aproximadamente 30,3 milhões de usuários. Outras redes sociais voltadas para mercado de trabalho ou estudos tem um número pequeno, comparado ao grande fenômeno do Orkut, doTwitter e mais recentemente do Facebook.

Nos resta agora observar se os resultados dessa transição na forma que temos de nos relacionar serão úteis e relevantes, ou apenas puro lixo eletrônico.

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